Então, o que é o namoro? Uma vez que a Bíblia aparentemente não fala
sobre isso, podemos praticá-lo como quisermos? E, se a Bíblia não registra nada
sobre o assunto, então porque os crentes, que afirmam ser a Bíblia sua base de
fé e de prática, namoram?
Pois é, nós não encontramos a palavra “namoro” na
Bíblia. Todavia, a Palavra de Deus fala de compromissos pré-nupciais (noivado)
e pós-nupciais (sexo/casamento). Um bom exemplo que temos é o relacionamento
entre José e Maria. Eles eram noivos e não se conheciam sexualmente (Mt 1.18 e
Lc 1.27). Havia um compromisso sério entre eles, que, na época, eram
provavelmente adolescentes. Casamentos aconteciam cedo há dois mil anos atrás.
Diferentemente de nosso tempo.
O namoro é um traço de nossa cultura que não existia
na época bíblica (olha a relevância do contexto, que muitos não gostam). Os cristãos dão ao namoro o mesmo peso do noivado,
entendendo-o como uma preparação para o casamento. Para os cristãos, namoro não
é curtição, mas preparação. Cristãos não namoram para se conhecer. Cristãos
namoram porque já se conhecem o suficiente para caminhar um tempo, rumo ao
matrimônio. Eu costumo colocar o namoro na mesma categoria do noivado. A Bíblia
não me dá a categoria “namoro”. Logo, eu a defino com aquilo que há de mais
próximo dela, o noivado.
A Bíblia não reconhece um relacionamento entre
cristãos que não estejam se preparando para o casamento. Há muitos que afirmam:
“será que todos os casais cristãos namoram para casar?” Realmente, eu não sei.
Mas, deveriam! Se não podem pensar em casar, não devem nem começar a namorar.
E o “namoro
evangelístico”?
O que a Bíblia diz sobre a
pessoa com quem o cristão deve namorar? Será com qualquer um? Quando Deus criou o homem, ele
disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18) – e aqui, não está se
referindo apenas ao relacionamento entre um homem e uma mulher, mas em
relacionamento no contexto geral. Deus nos criou para que nos relacionássemos
com outras pessoas. E o primeiro relacionamento que Deus proporcionou ao
primeiro homem, foi o relacionamento com uma mulher.
Adão e Eva eram puros e tinham comunhão com Deus.
Ali se via um relacionamento perfeito e agradável a Deus. Todavia, ambos deram
as costas a Deus e a beleza do relacionamento entre homem e mulher começou a
ser manchada.
Quando os seres humanos começaram a voltar-se para
Deus, Deus começou a falar do cuidado que eles deveriam ter em seus
relacionamentos. E a principal orientação foi: “Agora, pois, vossas filhas não
dareis a seus filhos, e suas filhas não tomareis para vossos filhos” (Ed 9:12).
O que Deus está dizendo aqui? Quando os judeus voltaram do cativeiro
babilônico, a terra em que entrariam estava abarrotada de gente “normal”,
alguns diriam hoje. Mas, segundo Deus, pessoas com almas imundas, cheias de
pecado e violência. Ou seja, pessoas que não temiam a Ele. O ponto não era o
fato de serem ou não judeus, mas de não temerem a Ele e Sua Palavra. E o
conselho que Deus deu foi este: afastem-se deles. Quer namorar e ser fiel a
Deus? Então, comece excluindo os candidatos e candidatas que não estejam “no
Senhor” (1Co 7.39), ou seja, que não estejam ligadas a Cristo. A pessoa que
está ligada a Cristo é aquela que está crucificada com Cristo, que morreu para
este mundo e que vive para a glória de Deus. É uma pessoa que traz você para
mais perto de Deus. Pense nisso antes de começar a namorar!
Qual o conselho de Deus para alguém que quer namorar um incrédulo? Via de regra, o conselho de Deus
no Antigo Testamento (Ed 9-10, Ne 13.26, Am 3.3) sempre foi que o Seu povo não
se casasse nem se relacionasse de modo sério com pessoas que não O temessem. No Novo Testamento, o conselho não mudou.
Deus continuou aconselhando seus filhos e filhas a casarem-se somente com
pessoas que fossem, como eles, “templo do Espírito Santo”, ou seja, pessoas
regeneradas (2Co 6.14-7.1; 1Co 7.39b).
A tristeza de Esdras no capítulo 9 de seu livro é
algo que falta na vida dos cristãos de nosso tempo. A razão de sua tristeza era
que a maioria do povo havia se casado com pessoas que não temiam a Deus. Hoje,
não há arrependimento, mas remorso. Não há disposição para obedecer a Deus, mas
ao próprio coração. A tristeza de Esdras nos lembra que é possível nos
arrependermos de algo que fizemos, ainda que esse algo pareça ser tão
inofensivo, tão bobo, tão pequeno.
Quer namorar e ser fiel a Deus? Então, esqueça
aquele rapaz (e/ou aquela moça) que “parece” um anjo, mas que, aos olhos de
Deus, está repleto de trevas. Afinal, “que união há entre Cristo e Belial? Ou
que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os
ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente” (2Co 6.14-16).
E o tão alardeado "NAMORO SANTO"? Vamos entender isso. Não adianta forçar para espiritualizar. Namoro é relacionamento carnal, logo, o que temos não é "namoro santo" e sim indivíduos santos [no Senhor] que namoram. Ou seja, apesar de o namoro ter fisicamente uma conotação carnal, essencialmente ele será santificado pelo casal se este for santificado no Senhor. Entretanto, os instintos naturais da carne estão firmes e fortes. Se não houver vigilância, o bicho irá pegar com força. E não será "armadilha do diabo" e sim a concuspiscência.
Se você é um filho de Deus e deseja ouvir o
conselho de Seu Pai, então você deve deixar todo e qualquer namoro com um
não-convertido, afastar-se dele, não tocá-lo, não andar mais com ele. Se você
fizer isso, Deus promete que você será filho(a) dele, e que Ele será o seu
Deus. Não concorda comigo? Bom, eu me baseei na Palavra e você, se baseia em
que?
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