É muito
interessante a gente observar o entusiasmo dos músicos cristãos. As palavras
que proferem tais quais “meu dom foi Deus quem me deu então eu preciso fazer o
melhor par Ele”. Essa frase feita – e todas as suas variáveis – são bonitas,
românticas, mas nem sempre são espirituais. Para serem espirituais os frutos
devem ser em espécie, ou seja, espirituais. Muitos pastores e líderes afirmam
que lidar com músicos na igreja é algo muito difícil e é fácil entender por
que. O músico cristão tem um grande inimigo em si próprio: o ego, que se não
for morto, irá matá-lo.
O problema é que
muitas vezes esses músicos não entendem que não se trata apenas da área
musical, ou seja, não é apenas o exercício no ministério da música. De que
adianta ser um músico por excelência e um cristão medíocre? Tocar e/ou cantar
na igreja não autentica o cristianismo de ninguém. Há outras áreas, outros
princípios que devem ser observados, praticados, exercitados pelo músico
cristão.
Há que se ter um caráter cristão. Não adianta apenas se aprimorar, qualificar-se
tecnicamente, fazer investimentos em instrumentos caros e não ter uma
integralmente depositada no altar do sacrifício. O que desejamos realmente, ser
reconhecidos como músicos ou mover o coração do nosso Deus através da adoração?
Sabemos que algumas situações tendem a nos afastar do alvo, que é a presença de
Deus, porém o que o Pai deseja de cada um de nós é compromisso, sinceridade,
amor naquilo que fazemos para Ele.
A música na Igreja
tem a finalidade não só de alcançar corações que não conseguem, muitas vezes,
entender uma mensagem falada, mas, primeiramente, essencialmente, em tocar o
coração do seu alvo: o SENHOR.
Adorar a Deus não se limita apenas no momento em que estamos louvando na
Igreja, mas ser um adorador filho de Deus vai muito além do altar. Não vou aqui
ficar buscando definições para a adoração, pois acho que esse tema já explorado
à exaustão. Vou ater-me aos músicos.
Muitos tem a concepção de que ser cristão é pegar a Bíblia em determinado horário e ir à Igreja. Mas será que durante todo o tempo, estamos na presença de Deus, adorando-o com nossas atitudes, pensar e agir?
Sabemos que Ele
está conosco todo o tempo, então, obviamente, a adoração e o culto a Ele deve
ser em todo o tempo e contempla todas as coisas em todas as áreas da nossa vida
[Efésios 1:12].
Obediência e Adoração, sob o contexto espiritual, são sinônimas. Tem uma
história muito conhecida – usada, inclusive, como tema de ministração aos
músicos – registrada no Antigo Testamento. Josafá, rei de Judá, foi um homem
obediente ao Senhor, e mesmo no momento em que todos o consideravam um homem
derrotado sendo ele um adorador verdadeiro, ele obedeceu ao Senhor, obteve a
vitória e o Nome do Senhor foi glorificado, (2Cr 20:01-13).
Temos também o exemplo contrário de alguém que conhecia a Deus e estava bem
próximo d’Ele e sabia exatamente como alegrar o seu coração, mas não o fez,
preferiu entristecer o coração de Deus com sua desobediência e soberba a ponto
de se achar capaz de tomar o lugar do único Deus, digno de toda a glória, honra
e louvor, (Is 14:11-20) e vemos que o próprio Deus o derrubou, (Ez. 28:01-16).
Nada entristece mais o coração de Deus do que olhar para o altar e ver apenas
um músico que quer ser reconhecido. Ora, a glória é de Deus, o reconhecimento
vem de Deus que derrama sobre nós sua unção e graça, isto sim, deve ser notório
em nossas vidas. Muito antes de ser bons músicos, é preciso ser amigos de Deus,
então só assim será possível ao músico saber o que lhe agrada ou não.
Alguns tendem a serem apenas músicos, se preocupam com toda a técnica e apresentação, mas Deus não quer apenas isso, Ele quer muito mais de você, aliás, ELE QUER VOCÊ! Sua técnica e aprimoramento são apenas complementos, adornos externos. Ele quer o que vem do seu interior, Ele quer você como filho, como amigo e como um adorador!
Nenhum comentário:
Postar um comentário