Louvor? Adoração? Então tá!

Há tempos tenho erguido uma bandeira contra alguns lixos sonoros que são insistentemente entoados nos púlpitos das igrejas, com a aprovação do "povo de Deus" e com o rótulo injustificável de "louvor e adoração". São coisas inaudíveis que viram hits nas famigeradas rádios evangélicas e ganham os altares das igrejas com entusiasmadas manifestações "espirituais". Músicas esdrúxulas, com uma pobreza teológica de dar dó. Algumas com requintes técnicos, mas com letras absurdas, inacreditáveis. 

Um caso bem recente foi o acontecido com a terrível, horripilante "Sabor de Mel", que foi gravada pela cantora Damaris - uma das novas musas pentecostais - e se tornou um sucesso absoluto com sua letra triunfalista e uma antibíblica mensagem vingativa. Mas o caso "Sabor de Mel" não é o único. Vira e mexe aparece uma pérola dessas e o que me deixa mais pasmo é a aceitação quase absoluta por essa enxurrada de merda, o que prova que a qualidade espiritual dessa multidão que enche igrejas Brasil afora é essencialmente questionável. Me faltaria tempo e espaço para fazer uma lista desses horrores todos. Vou me ater a uma novidade que está bombando nas cearas pentecostais.

A tal música dita de "louvor pentecostal" fala sobre o juízo de Jeová sobre quem cobiçar o marido de uma missionária. Alguns anos atrás, o grupo Fogo no Pé (nome bastante característico para o público alvo) gravou um forró gospel (ou, como preferem, "corinho de fogo") chamado “Comido de bicho”. O sucesso da música suscitou um debate acalorado sobre qual o sentido de uma música ser entoada nas igrejas com uma mensagem “questionável” e que não era propriamente de louvor a Deus. Nos últimos dias o debate ressurgiu nas redes sociais por causa da música “Esse marido é meu, vai pedir pra Deus o seu”, de Vanessa Leal. Com 10 anos de ministério e prestes a lançar seu quarto disco, Vanessa mora no Pará e canta num estilo bem popular nas igrejas pentecostais. Contudo, o vídeo postado na internet mostra que durante o culto a "varoa de fogo" canta: "O meu marido é bonito mas é todo meu, se estás querendo um varão peça a Deus o seu. Esse vaso é casado e não tem condições de você ficar com ele Esse vaso é bonito e tem algo diferente, É varão da missionária e também é crente, É pai de duas filhas, é marido exemplar. Se der em cima dele, Jeová vai te cobrar” No final da música, ela acrescenta “Na classe, sem chamar ninguém de pomba-gira, sem chamar ninguém de prostituta. Só um recadinho”. Apesar dos gritos de aprovação e das palmas ouvidas na igreja, o material gerou polêmica. Enquanto muitas pessoas acham engraçado a irreverências e fazem piadas sobre a aparência do marido da missionária, há quem critique. Entre os muitos comentários de reprovação, pode ser lido o recado da internauta Cristina, que postou “Que Horror! Esse marido é meu? Perdeu o foco do evangelho? Vergonha para o povo de Deus. Vai orar e virá a inspiração de Deus e não essa totalmente carnal”.

  

Ou seja, o pior é que isso não vai acabar, pois desse tipo de "fórmula" o povão gosta e muito. Minha voz pode ser até insignificante ao ecoar em meio a esse imenso deserto, mas, entretanto, não sou o único a clamar. Concordo com a internauta. É mesmo uma vergonha o que essa gente tem feito com a Igreja do Senhor na insanidade pela fama e pelo dinheiro. Maranata, ora vem, Senhor Jesus!

[Fonte: Gospel Prime, via Folha Gospel]