Acredito que todos saibam ou ao menos imaginam que o exercício do ofício pastoral não é nada fácil. Às vezes me pergunto o porque de 8 entre 10 crentes desejam ser um(a) pastor(a) - eu faço parte dos 2% restantes. Não arrisco nem a citar um palpite. Uma coisa é certa. Ser pastor é pedreira.
Jim Fuller, um estudioso das questões relativas ao ministério pastoral publicou em seu site uma série de dados referentes à vida dos pastores. Ele menciona que Peter Drucker, o famoso “guru da liderança” disse certa vez que os quatro trabalhos mais difíceis do mundo, não necessariamente em ordem, são: Presidente dos Estados Unidos, presidente (reitor) de universidade, funcionário (independente da área) de um hospital e pastor.
Fuller lembra que Drcuker sabia que alguns pastores se desgastam a vida inteira tentando ajudar as pessoas. Alguns deixam até sua família de lado, porque estão envolvidos demais no ministério. Por aqui no Brasil, não são poucos os casos de pastores com as famílias completamente destruídas, devido ao envolvimento deles com a igreja e total negligência no que tange ao cuidado com os seus. Há um sem número de filhos de pastores "desviados".
As estatísticas abaixo sobre pastores foram compiladas de estudos do Instituto Fuller, Instituto de Pesquisas George Barna e do site Pastoral Care Inc e são preocupantes:
90% disseram que o ministério é completamente diferente do que eles pensavam que seria. 70% dizem que sofrem de baixa autoestima.
40% relatam ter conflitos com membros da igreja pelo menos uma vez por mês.
85% disseram que seu maior problema é que eles estão cansados de lidar com pessoas problemáticas e/ou descontentes, como presbíteros, diáconos, líderes de louvor, equipes de louvor, outros líderes e pastores auxiliares.
40% afirmam que pensaram em deixar seus pastorados várias vezes.
70% não têm alguém que consideram um amigo próximo.
50% acreditam que seu ministério não vai durar mais 5 anos.
70% sentiram que Deus os chamou para o ministério pastoral antes de seu ministério começar, mas após três anos de ministério, apenas 50% ainda se sentia chamado.
4.000 novas igrejas abrem todo ano e 7.000 igrejas fecham.
50% dos pastores sentem-se tão desanimados que deixariam o ministério se pudessem, mas não têm outra maneira de ganhar a vida.
45,5% dos pastores dizem que estão deprimidos ou tiveram um ‘burnout’ e, se pudessem, tirariam uma licença médica por algum tempo.
Mais de 1.700 pastores abandonaram o ministério a cada mês do ano passado (nos EUA).
Mais de 3.500 pessoas por dia deixaram a igreja no ano passado (2012, nos EUA).
Segundo um relatório do Instituto Barna, a "profissão" (sim, para muitos é uma profissão, uma maneira de ganharem a vida) de pastor é uma das atividades menos respeitadas, só é mais respeitada que “vendedor de carros usados”.
Os pastores afirmam que a principal razão pela qual eles abandonam o ministério é que os membros da igreja não estão dispostos a andar na mesma direção e não compartilham os objetivos do pastor. Alegam que mesmo que Deus os conduza em uma direção, as pessoas não estão dispostas a seguir nem a mudar.
Embora os dados sejam em sua maioria de pastores norte-americanos, a situação em outros lugares não é muito diferente. Este mês, os pesquisadores Marcus Tanner, Anisa Zvonkovic e Jeffrey Wherry que publicaram na edição mais recente da Revista de Religião e Saúde um levantamento mostrando que problemas de relacionamento são o maior motivo para a demissão de pastores.
Enquanto isso, a edição recente da revista Cristianismo Hoje trouxe em sua matéria de capa da edição uma reportagem mostrando que mais de 1.5 mil pastores desistem do ministério todo mês aqui no Brasil.
[Fontes: Revista Cristianismo Hoje, Site Pastoral Care Inc]
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