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domingo, 8 de dezembro de 2013

Relacionamentos virtuais, um tiro no escuro

Que o avanço da tecnologia com o advento da internet mudou completamente o comportamento das pessoas é fato. Hoje nos lares onde já é possível encontrar um computador portátil - em seus mais variados tamanhos e modelos - os relacionamentos se tornaram mais virtuais e, consequentemente mais frios e impessoais. Há lares em que as pessoas, mesmo estando separadas apenas por paredes e portas, só se comunicam através das máquinas. Com o surgimento das redes sociais então é que o negócio ficou mais virtual ainda. O Facebook - ainda líder em números de perfis - é uma espécie de "paraíso" para essa geração que está cada vez mais conectada. 

E o que dizer dos relacionamentos amorosos? Também "caíram na rede". Há até os adeptos do sexo virtual. Isso mesmo! Algo antes inimaginável hoje é uma realidade - por mais absurda que seja. O sexo natural, com o contato íntimo dos corpos proporcionando o prazer do contato físico em todas as suas deliciosas sensações, tem dado lugar ao sexo pela internet. É o típico caso do quem não tem cão que cace com gato. E que gatinho raquítico esse viu?! Agora, adolescentes sob o furor da puberdade, não se trancam mais com as revistas masculinas no banheiro (acabou o risco de exemplares com "páginas coladas"). Eles levam é o tablet (cuidado com a tela de led, jovem)! O sexo, um relacionamento tão pessoal, que inclusive em muitas culturas e doutrinas religiosas só é concebido por questão específica de procriação, hoje já pode ser feito com um parceiro aqui e o outro lá na Cochinchina. Sinais dos tempos. 

Pra todos os gostos

Para um lado, quem eu quero. Para o outro, quem não me chama atenção. Um coração vale como um sim: achei interessante. Um X acaba com a possibilidade de um encontro. Tudo isso a qualquer hora e em qualquer lugar, basta sacar o smartphone do bolso e começar a paquerar. Simples assim. O Tinder, o aplicativo (app) de relacionamento que virou febre principalmente no Brasil e no Reino Unido, ganhou 2 milhões de usuários nos últimos dois meses. Ele é apenas um dos exemplos dos aplicativos que prometem facilitar a conquista.
Down (o antigo Bang With Friends, em que se selecionam os interesses para uma transa), Anomo (para quem não quer se identificar), Grindr (nos moldes do Tinder, mas direcionado para gays), Brenda (para o público lésbico) e Badoo (que também é uma rede social e um dos pioneiros entre os aplicativos) são alguns exemplos de uma lista que parece estar longe de terminar. De olho na adesão mundial, desenvolvedores de aplicativos ampliaram a oferta e lançaram os polêmicos Lulu – em que as mulheres avaliam os homens – e o Tubby, para eles as avaliarem. Mas na última sexta-feira foi revelado que o Tubby não passava de um boato. O anúncio aconteceu dois dias após a decisão da 15ª Vara Criminal de Belo Horizonte, que proibiu o app de ser disponibilizado no Brasil. Os riscos de violência na internet – entre elas o bullying – e de um esvaziamento da interação presencial, entretanto, não são os únicos temores dos especialistas ouvidos pelo Bem Viver. A superficialidade do primeiro contato, a banalização da paquera e o culto à aparência também preocupam. Certos de que é apenas uma moda, que logo será substituída por outra, estudiosos do comportamento humano e das questões de gênero estão atentos à realidade que favorece fenômenos como esse, mas também à herança deixada por eles. Resta saber: a qualidade desses encontros é maior ou menor em relação aos que ocorrem de forma presencial ou o ambiente dos aplicativos nada mais é que uma reprodução da sociedade? Freud há de explicar!

O tiro no escuro

Na verdade essa mudança no comportamento da sociedade revela os quão egoístas e egocêntricas os indivíduos estão se tornando. As redes sociais tornam-se um verdadeiro oásis para espertalhões oportunistas à procura de pessoas desiludidas e com sérios problemas de baixa autoestima. Estima-se que 80% dos perfis criados nas redes sociais são "fakes" (falsos). Ou seja, o que vemos pelo monitor nem sempre é o que está por trás dele. Pipocam casos de pessoas - em sua maioria esmagadora, mulheres solitárias - que são vítimas de "Dons Ruans" virtuais estelionatários em busca de vítimas para aplicarem seus golpes. E já o registro de casos de violência que culminam em tragédias, com a morte das vítimas. E o que dizer dos abusadores de menores, das redes de pedofilia, de prostituição e dos inexplicáveis vídeos íntimos que vivem "vazando" na rede e provocando polêmicas envolvendo celebridades e anônimos? Foi-se a privacidade. Hoje, para se invadir a privacidade de desavisados basta um teclado.  Mas será que essas pessoas querem mesmo privacidade ou uma oportunidade de "aparecer"? Freud, por favor, me ajuda!

Olhos nos olhos, quero ouvir o que você diz


Resolve se eu usar a web cam e o fone de ouvido de última geração? Como explicar essa verdadeira "transposição" que ocorreu nos relacionamentos? Eu não sou psicólogo, mas segundo especialistas, trata-se de um fenômeno da “sociedade do espetáculo”, com sua cultura permanente do efêmero, do volátil e da necessidade de interação imediata, simultânea e on-line que por meio desse tipo de comportamento, embora não se deem conta, o que estão fazendo, de fato, é atingir diretamente suas próprias vidas e de outrem a uma permanente exposição brutal e violenta da sua vida sexual e privacidade.






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