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sábado, 7 de dezembro de 2013

Divórcio, enfiando a mão em mais essa ferida exposta


Um amado jovem membro da igreja onde congrego me pediu um artigo/estudo sobre esse tema um tanto quanto polêmico e espinhoso: o divórcio. Tentarei encontrar um equilíbrio entre a licitude e a inconveniência do divórcio, antes combatido e atualmente, tolerado no seio da igreja cristã evangélica. Minha abordagem, aliás, se dá sobre o viés especificamente evangélico. As bases sobre as quais norteio meus escritos abaixo são, portanto, especificamente sob o contexto espiritual. Não é uma tarefa fácil, pois sou solteiro e tudo o que sei sobre o divórcio é hipotético. Mas aceitei o desafio proposto pelo jovem e vamos ver no que deu.

Se casamento é aliança, o divórcio é a quebra dessa aliança

Isso é fato! Se eu considero o casamento uma aliança, consequentemente o divórcio é a quebra, a ruptura, o rompimento dessa aliança. Por que o compromisso do casamento é tão importante para Deus? Iria ajudar se lembrássemos que o nosso Deus é um Deus de compromissos. O divórcio não foi criado por Deus. Divórcio foi uma tolerância de Deus (Mt 19:8-9). No contexto cristão, o divórcio só é "justificável", "tolerável", no caso do adultério. Mesmo assim, enfatize-se, o divórcio não é superior ao PERDÃO. Quando violamos o acordo do casamento, violamos aquilo que Deus nos chamou para ser. "O Senhor Deus de Israel diz, 'Eu odeio o divórcio...' por isso, tenham bom senso; Não sejam infiéis." É fácil falar. Você não entende, Deus? Entro em minha casa como se estivesse entrando numa zona de guerra. Na sexta à tarde, eu prefiro ficar no trabalho do que ir para casa... Nossa casa é tão cheia de tensão (e, convenhamos, quando começa a sobrar tensão, começa a faltar tesão)... Como poderia se esperar que eu cumpra esse tipo de compromisso?... Uai, casou porque quis (ou foi obrigado?), agora aguenta! Se firmou o compromisso, Deus lhe cobrará que o cumpra. Esse é o tipo de Deus que servimos. Um Deus de promessas. Está aí o motivo pelo qual promessas são importantes para Deus. Um Deus que acredita que um compromisso estabelecido é um compromisso para ser honrado. Como um filho de Deus, essa é nossa herança. Uma herança que nos chama a sermos fiéis, não apenas a Deus, mas a nosso cônjuge. Se seu casamento precisa de uma reconstrução, você tem um Deus que o cobra a pedir a ajuda dEle para reconstruir seu lar. Nós temos uma herança de fidelidade. Não tem razão maior para ser fiel a seu cônjuge do que honrar o Deus que foi fiel a você.

O casamento cristão é até que a morte una os cônjuges na eternidade

Se você é jovem e está pensando em se casar. Pense nisso também. A fase do namoro é muito gostosa, mas não é a que fica e muito menos a que conta. O namoro oferece as rosas e no casamento são descobertos os espinhos do relacionamento. E é aí que entra o “termômetro” para o casamento. Lembre-se que um deixar o outro nunca foi uma opção. Ninguém disse que o casamento é fácil – e se alguém disse, mentiu. A festa do casamento pode ser um evento coroado pela noite de núpcias (Hummm! Enfim sós!), mas o casamento em si é uma conquista diária, cotidiana. Ele leva paciência, cuidados, muita entrega de si mesmo e sacrifício.

Buscando o equilíbrio nos extremos

Para este tópico, senhores e senhoras, conosco, o mestre Max Lucado: “Deus ama o divorciado, mas odeia o divórcio. Ah, como tendemos a ir de um extremo para o outro. Por um lado nós pregamos a ira de Deus àqueles que falharam em seus casamentos e elevamos o divórcio como se fosse um pecado acima de todos os outros (mas não é). O resultado são pessoas magoadas e feridas, perguntando a sim mesmas se Deus vai algum dia ter lugar novamente para elas. Do outro lado, em nosso esforço para sermos compreensivos com aqueles magoados e feridos pela separação, nós exageramos na compaixão. Essas pessoas irão pensar ‘Se o divórcio é tão fácil, então por que permanecer casado?’

Mas os extremos precisa se manter equilibrados. Deus odeia o divórcio. Ele odeia porque isso destrói seus amados filhos. Mas temos que falar na mesma altura para dizer que Deus ama o divorciado, e que esse não é um pecado acima dos outros. Enquanto você se depara com esse dilema do divórcio, mantenha essas três verdades em mente: Deus valoriza as pessoas. Por baixo de todo ensino teológico e doutrinário está essa verdade inabalável. E porque Ele valoriza, é que a lei de Deus existe, não para o nosso prazer, mas para nossa proteção.” [Trecho extraído do livro "Soluções de Deus para Grandes e Pequenos Problemas"] Amém?!

Então, o que fazer?

O divórcio é uma guerra. Todos os que se envolveram e/ou que estão envolvidos em um processo de divórcio sabem o quanto ele é doloroso, danoso e estende seus venenosos tentáculos aos filhos (crianças e adolescentes são quem mais sofrem). O divórcio é uma disputa de ego, onde cada um que provar que é melhor do que o outro. Qual é o limite do divórcio? O que Deus quer que façamos? Se você está casado, Deus quer que você continue casado. Quando você se casa, você faz uma promessa diante de Deus. Ele quer que você assuma esse compromisso. Se você está afastado, Deus quer que você faça todo o possível para se reconciliar com seu cônjuge. É entendível que isso talvez não seja possível. As circunstâncias podem estar muito além de sua capacidade de ação. Entretanto, nosso Deus é um Deus de reconciliação. Um Deus que reconciliou uma humanidade pecadora com o Pai celeste também tem a capacidade de reconciliar casais separados. Ele não é apenas um Deus que cria, mas que também recria, e Ele quer recriar seu casamento com seu cônjuge. É um Deus que quer trabalhar dentro de seu lar e fazer o que você pensa ser impossível. 

* Em outro artigo falarei sobre o tema "Novo casamento". Aguarde.

Um comentário:

  1. Primeiramente Léo, gostaria de parabeniza-lo pelo blog, os artigos estao ótimos, instigantes e informativos. Esse é o primeiro (de muitos) que irei comentar, por ser um assunto que me desperta muito interesse e me gera muitas dúvidas, vou expor minha opiniao, vamos ver no que dá...
    Realmente, o casamento é um compromisso, uma aliança e o divórcio é uma quebra, uma amputaçao. No entanto, uma questao a ser colocada é: O que afinal estamos chamando de casamento? Tambem nao sou casada, mas entendo que o matrimonio seja uma uniao profunda e linda entre duas pessoas, dois seres individuais, únicos, que decidem se unir em corpo, alma e espírito. Portanto, ao me ver, a cerimonia do casamento, deve apenas selar uma uniao, um casamento já foi celebrado pelo amor nos coracoes (almas) e espíritos. O problema é que o que vemos é uma grande quantidade de pessoas que se casam e que se mantém casados por motivos mais diversos. Vemos casamentos artficiais e "de fachada" constituidos por pessoas que nem de longe possuem a parceria e a cumplicidade que sao tao importantes em um casamento. Defendo que a motivacao primordial para a duas pessoas estarem juntas seja o amor e a decisao de amarem um ao outro. E aqui me refiro ao amor conjugal em seu pacote completo: paixao, desejo, carinho, intimidade, amizade, ligacao sexual, cumplicidade, dentre outros. O verdadeiro casamento de dois tem que formar um! Se nao for assim, duvido até que tenha havido casamento, pois o papel nao casa ninguém, é o amor que valida tudo! E para casos assim, creio que o divorcio (no papel, porque na realidade, já ocorreu) seja até uma libertacao e uma possibilidade para que as duas pessoas possam reconstruir suas historias. Agora, se o amor conjugal acaba? Creio que nao, pois o amor jamais acaba ( I Co 13) mas imagino que ele possa sofrer mutacoes com o decorrer dos anos, mas essa era uma outra questao, sobre a qual ainda aguardo seu parecer, Léo! Abraços! Natalia Leonor

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