Nos últimos tempos uma
nova vertente teológica tem gerado polêmica no segmento cristão evangélico. E a
chamada "Teologia Inclusiva", no coloquial, teologia gay. Consiste
em uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor e seu amor
incondicional, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde
que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento
de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a
eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e
à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas
mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. Os pregadores
dessa teologia, afirmam que as condenações encontradas no Antigo
Testamento, especialmente no livro de Levítico, se referem somente às relações
sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o
caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais
proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne
de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os
cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas
homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte –
coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento.
Conceitos
Segundo
seus disseminadores, "a
Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo da teologia
tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, das categorias
socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e os homossexuais. Seu
pilar central encontra-se no amor de Deus pelo homem, amor que, embora eterno e
incondicional, foi negado pelo discurso religioso ao longo de vários séculos. A
Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada pelas estruturas religiosas
tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da Bíblia, compreende que todos os
que compõem a diversidade humana, seja ela qual for, têm livre acesso a Deus
por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Ao menos na maioria das igrejas
cristãs, os negros e as mulheres já desfrutam de um tratamento igualitário,
conquistado após séculos de exclusão injusta, 'aparentemente embasada' nas
Escrituras. Hoje, ao menos uma categoria da diversidade humana ainda luta
pelo direito à inclusão nas variadas estruturas religiosas cristãs no Brasil e
no mundo: os homossexuais. A Teologia Inclusiva busca demonstrar, pelas
Escrituras Sagradas, que a homossexualidade constitui outro aspecto da
alteridade humana, tão natural quanto a cor da pele ou dos olhos, por exemplo.
Não constitui, em si, uma nova teologia, mas um aspecto teológico fundamentado
na dignidade da pessoa humana, nas necessidades individuais de homens e
mulheres e na valoração da identidade de cada ser humano, criado à imagem e
semelhança de Deus" [Trecho
do livro "Bíblia e homossexualidade: verdade e mitos" p. 13-14].
Comunidades inclusivas
Recentemente começaram a surgir no Brasil as
comunidades inclusivas configuram-se como espaços de inserção de gays
e lésbicas, promovendo a participação, efetiva e plena, dessa minoria como
sujeitos agentes e articuladores da dinâmica corporal da Igreja, com palavra e
reconhecimento a partir de suas experiências e histórias, única possibilidade
de dar à luz uma teologia adequada às suas realidades existenciais – essa
especificidade da Teologia Inclusiva também lhe rendeu a denominação de
Teologia Gay. A TI combate o que chamam de "opressão
da heterossexualidade compulsória, resultante de ideologias cristalizadas,
socialmente aceitas, porém limitadoras de um fazer teológico abrangente e
igualitário". Ao restituir aos gays e às lésbicas o status e a consciência de seres
transformadores, a TI outorga-lhes o papel de "protagonistas de suas vidas". Por meio da apropriação e
da releitura das Escrituras, apresentam "novas
perspectivas teológicas, condizentes com os princípios bíblicos e compatíveis
com a identidade, com os anseios e com o papel social dos cristãos
homossexuais". [os trechos entre aspas foram extraídos do
livro O Prêmio do amor]. No
Brasil, as comunidades inclusivas mais conhecidas são a Igreja Cristã
Contemporânea, liderada pelo casal de pastores gays Fábio Inácio de
Souza e Marcos Gladstone, e a Comunidade Jesus Cidade de Refúgio, do casal de
pastoras lésbicas Lanna Holder e Rosania Rocha.
A Teologia Inclusiva versus A Verdade
Segundo os teólogos inclusivos, muitas igrejas cristãs históricas,
hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais
praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas
também como pastores e pastoras. Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam
a união civil e o casamento entre pessoa do mesmo sexo. É o caso, por exemplo,
da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja
Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações
européias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria
dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e
é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de
rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia. Via de regra,
essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição,
admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que
refletem os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta forma, a
aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda
virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante
Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma
daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério,
a prostituição e a fornicação.
O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária. À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã. Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão. É um erro pensar que a homossexualidade seja o maior pecado de todos, pois essa afirmação é anti bíblica. Segundo as Escrituras só um pecado não tem perdão, o que o caracteriza como o maior de todos: a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30. Também é bom que se enfatize que todo cristão deve repudiar completamente qualquer tipo de manifestação de preconceito, desprezo e violência não só contra os homossexuais, mas contra qualquer outro semelhante.Lembremos que o que Deus condena é a prática do pecado e não o pecador.
Enfim...
Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a
favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação
daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no
âmbito da autoridade do Estado – Veja o que diz a Constituição: “Para efeito da
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento” (Art.
226, § 3º) –.e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se
submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que
nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às
leis humanas – “Importa antes obedecer a Deus que os homens” (Atos 5.29). Se o
Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os
cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de
maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja
o preço a ser pago.
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