Infelizmente não é comum a
nós homens uma visita frequente ao urologista. Muitos homens nem sabem qual a
especialidade do urologista. Pois bem, o urologista está para o homem, como o
ginecologista está para a mulher. O urologista é o médico responsável por
cuidar da intimidade masculina. E mais uma vez temos muito que aprender com as
damas, pois é de suma importância – e em alguns casos, vital – que todo homem
fizesse periodicamente uma visitinha ao urologista – principalmente a partir na
fase adulta. O câncer de próstata é um dos que mais matam homens no Brasil. Exames
urológicos preventivos podem evitar muitas mortes. Pois bem, vamos trocar uma
ideia sobre o câncer de próstata. O que é? Quais os sintomas? Quais os riscos?
Tem cura? Pesquisei sobre o assunto e fiz um apanhado que vou tentar expor
resumidamente e numa linguagem que todos podem entender.
O que é a próstata
A próstata
é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do
abdômen. Ela é um órgão muito
pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do
reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina
armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido
espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.
O que é o câncer de próstata
Câncer de próstata é o tumor mais
comum em homens acima de 50 anos. Os fatores de risco incluem idade avançada
(acima de 50 anos), histórico familiar da doença, fatores hormonais e
ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em
verduras, vegetais e frutas), sedentarismo e excesso de peso. Os negros
constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença. No Brasil, o
câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do
câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum
no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de
cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos
em comparação aos países em desenvolvimento. Mais do que qualquer outro tipo, é
considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos
no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de
incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos
métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de
informação do país e pelo aumento na expectativa de vida. Alguns desses tumores
podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar
à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15
anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a
ameaçar a saúde do homem.
Quais os sintomas
A maioria dos cânceres de próstata
cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem
ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar
completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina). Dor óssea,
principalmente na região das costas, devido à presença de metástases, é sinal
de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade. Sintomas como dor lombar, problemas de ereção, dor na
bacia ou joelhos e sangramento pela uretra podem ser suspeitos. A maioria dos
cânceres de próstata não causa sintomas até que atinjam um tamanho
considerável.
Riscos e recomendações
Menos de 10% dos
cânceres de próstata têm algum componente hereditário. Quanto mais jovem o
homem em quem o câncer for detectado, maior a probabilidade de haver um
componente hereditário. Descendentes
de negros ou homens com parentes de primeiro grau portadores de câncer de
próstata antes dos 65 anos apresentam risco mais elevado de desenvolver a
doença; portanto, devem começar a fazer os exames aos 45 anos;
Pessoas com familiares portadores de
câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto
de desenvolver a doença; por isso, devem começar o acompanhamento médico e
laboratorial aos 40 anos;
Homens com níveis de PSA abaixo de 2,5
ng/mL devem repetir o exame a cada 2 anos; já aqueles com PSA acima desse valor
devem fazer o exame anualmente;
Resultados de PSA e toque retal
alterados são relativamente comuns, mas podem gerar muita angústia, apesar de
não serem suficientes para estabelecer o diagnóstico de câncer de próstata;
para confirmá-lo é indispensável dar prosseguimento a uma avaliação médica
detalhada e criteriosa;
Optar por uma alimentação balanceada e
praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir
a doença.
Diagnóstico
O câncer de próstata pode ser
diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do
PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser
realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno.
Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se
determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases. Em homens acima de 50
anos, pode-se realizar o exame de toque retal e dosagem de uma proteína do
sangue (PSA), por meio de exame de sangue, para saber se existe um câncer de
próstata sem sintomas. O toque retal e a dosagem de PSA não dizem se o
indivíduo tem câncer, eles apenas sugerem a necessidade ou não de realizar
outros exames. O toque retal identifica outros problemas além do câncer de
próstata e é mais sensível em homens com algum tipo de sintoma. O PSA tende a
aumentar de acordo com o avanço da idade. Cerca de 75-80% dos homens com
aumento de PSA não têm câncer de próstata. Cerca de 20% dos homens com câncer de próstata sintomático
apresentam um PSA normal. Dependendo da região da próstata, o câncer também
pode não ser palpável pelo toque retal. A melhor estratégia é realizar os dois
exames, já que são complementares.
Tratamento
O tratamento depende do tamanho e da
classificação do tumor, assim como da idade do paciente e pode incluir
prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata), radioterapia,
hormonoterapia e uso de medicamentos. Para os pacientes idosos com tumor de
evolução lenta o acompanhamento clínico menos invasivo é uma opção que deve ser
considerada.
Prevenção
Alguns médicos recomendam a realização
do toque retal e da dosagem do PSA a todos os homens acima de 50 anos. Para
aqueles com história familiar de câncer de próstata (pai ou irmão) antes dos 60
anos, os especialistas recomendam realizar esses exames a partir dos 45 anos.
Entretanto, vale lembrar que somente o médico pode orientar quanto aos riscos e
benefícios da realização desses exames. Não existem evidências de que a
realização periódica do toque retal e dosagem de PSA em homens que não
apresentem sintomas diminua a mortalidade por câncer de próstata. Manter uma
alimentação saudável, não fumar, ser fisicamente ativo e visitar regularmente o
médico contribuem para a melhoria da saúde em geral e podem ajudar na prevenção
deste câncer. Apesar de ser altamente recomendável por especialistas como
preventivo, o exame de toque retal é na mesma proporção abominado pelos homens
por questões de preconceitos e mitos. O homem pensa que sua masculinidade será
“violada” com o exame de toque. Além de preconceito é uma enorme imbecilidade
tal pensamento. E por causa dessa imbecilidade, muitos homens têm morrido em
decorrência desse tipo de câncer.
[Fontes: Dr. Dráuzio Varella, Inca]
[Fontes: Dr. Dráuzio Varella, Inca]
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