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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Os holofotes, por favor!

Atualmente muitos programas de televisão estão voltados para a descoberta de “novos talentos” musicais. Um deles é o “The Voice Brasil” – um dos melhores, em minha opinião –, que durante as noites de quinta-feira, chama atenção de milhões de espectadores que acompanham a trajetória do possível novo nome da música brasileira. Antes dele, porém, programas similares já apresentaram as novas “promessas” que, em sua maioria, não duraram muito no cenário nacional. O oposto também aconteceu: candidatos que perderam a disputa conseguiram se destacar depois.
Para o produtor musical Carlos Eduardo Miranda, ou simplesmente Miranda, como é mais conhecido no meio, não há garantias para quem vence. “Os programas podem até ajudar os cantores, mas não asseguram o sucesso, nem mesmo para o primeiro colocado. Há vários exemplos de cantores que não ficaram em primeiro lugar, mas seguiram bem na carreira como o Thiaguinho, do ‘Fama’”, comentou em entrevista ao jornal O Tempo. O cantor a quem ele se refere foi vocalista do extinto(?) grupo Exaltasamba que trilha agora uma bem-sucedida carreira solo, sendo, inclusive, por causa de seu romance com a atriz Fernanda Souza, um dos queridinhos da Rede Globo (o cara virou arroz de festa nos programas da emissora global).
Íntimo desse formato, o respeitado produtor Miranda foi jurado de dois programas – “Ídolos” e “Astros”, ambos exibidos pelo SBT – e elucida que todos os programas desse tipo têm outras funções além da descoberta. “Esses ‘realities shows’ servem mesmo para divertir as pessoas. Apesar de montarem um programa de competição de talentos musicais, o que conta ali são os floreios vocais”, opina. Para ele, o mais importante vem do próprio cantor. As aptidões, contatos e persistência são fundamentais para o destaque. “O artista precisa saber como despertar o interesse, essa é chave do negócio”, diz.
Independente do talento, aparecer na televisão é importante para carreira de músicos devido à abrangência que a mesma tem. Hoje em dia, todos os meios que o artista tem para mostrar sua música são relevantes. O que não significa que você vai sair de programas de TV e vai ganhar fama. A recente história desses shows de calouros mostra que a vitória não assegura o sucesso, mas tampouco que a derrota representa o fim da carreira do competidor.
Dentre os vários casos que ilustram essa afirmativa há aqueles que chamam mais atenção. Como o da primeira vencedora da edição do “Fama” Vanessa Jackson, que lançou três CDs, emagreceu 40 quilos após a competição – entrando assim nos padrões do mercado –, mas não conseguiu permanecer como uma cantora reconhecida após esses anos, apesar do evidente talento. Alguém por acaso ainda se lembrava dessa moça se ela não tivesse sido citada no artigo? Ou ainda a história oposta da mineira Lorena Chaves, que foi eliminada do “Ídolos”, mas conseguiu um contrato com a Som Livre após quatro anos de sua participação no programa.
Nesse contexto, a vencedora da edição do “The Voice Brasil” do ano passado, Ellen Oléria, está construindo o próprio caminho. Atualmente, ela é contratada da Universal Music, gravou um CD com a participação de Carlinhos Brown e tem uma aquecida agenda de shows pelo Brasil. Ela reconhece que os empecilhos para o desenvolvimento de uma carreira musical têm várias facetas. “Algumas pessoas têm muito potencial criativo, mas não têm boas estratégias, ou tocam e cantam bem, mas não lidam bem com o gerenciamento de seu projeto. Algumas têm tudo isso, mas falta investimento”, disse ela em entrevista no programa Altas Horas (Globo). A cantora acredita que o reconhecimento determina o sucesso, mas questiona as interpretações possíveis para essa palavra. “Para alguns, reconhecimento é ver um olho emocionado ao cantar, para outras é ter uma multidão diante de si sem se importar com os conteúdos das canções”, compara. Para Ellen, a participação no programa foi importante pela visibilidade. “Ajuda os artistas a serem vistos e ouvidos. Com certeza, isso é muito poderoso”.
Mesmo com todo o poder, especialistas na área advertem que aqueles que creem que aparecer nas mídias seja suficiente estão equivocadíssimos: “Além de estar na mídia, ainda é preciso talento”, afirmam.

[Fonte: O Tempo]

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