Quando postei o artigo sobre
divórcio prometi postar um artigo sobre novo casamento. Sim, pois em via de
regra, todo o que se divorcia - principalmente se for jovem, sob as mais
diversas "justificativas" - pensa e/ou planeja se casar de novo.
Seria como "tentar a sorte novamente". Mas, convenhamos, casamento
não é uma loteria para que se tente a sorte. Enfatizo que abordarei o tema
sobre o viés cristão. Todas as bases de minhas afirmações têm como mote as
Escrituras Sagradas e seus conceitos. Não tenho a pretensão de agradar (e/ou
desagradar) a quem quer que seja. Se eu conseguir te fazer pensar sobre o
assunto e formar uma opinião já sentirei ter cumprido meu papel. É claro, o assunto do divórcio e
do novo casamento é controverso. Com a verdade sendo encoberta pelos
argumentos, réplicas e incerteza, muitos se desesperam de serem capazes de
determinar com precisão a vontade de Deus neste caso. Nestes tempos emocionais e
cheios de dissensões, é indispensável que nos lembremos dos princípios básicos
e simples que governam nosso relacionamento com Deus. Nossas conclusões
dependerão muito do estado do espírito com o qual abordamos este artigo. Por
favor, seja paciente enquanto consideramos estes princípios decisivos e
fundamentais.
Se eu quisesse ser simplista eu
diria apenas que o casamento cristão é para ser eterno. Isso mesmo: ETERNO! Sei
que muitos hão de rechaçar essa minha afirmação, mas cada um que pense como
quiser, entretanto nossos conceitos pessoais não sobrepujam absolutez das
Escrituras e o entendimento único da Palavra sobre o casamento é que ele deve
ser eterno. Biblicamente ninguém, seja cristão
ou não, pode casar-se novamente, pois uma vez casado tornou-se uma só carne com
seu cônjuge. Esta prática do casa-separa é carnal, basta fazer uma análise da
verdadeira farra que é feita no mundo das celebridades onde, dadas as devidas
exceções, todo mundo é de mundo e ninguém é de ninguém. Estou ciente das horrendas estatísticas em nosso próprio país, assim
como em outros países ocidentais, a respeito do número de casamentos que
terminam em divórcio, e do número de pessoas que estão no segundo e terceiro
casamentos.
A frieza dos números
Na última década, só no Estado de Minas Gerais, o
número de mulheres divorciadas que encararam nova união civil cresceu 147,2%.
Já entre os homens, o aumento foi de 89,2%. Dos casamentos registrados em 2002
em Minas Gerais, 3,6% eram com mulheres divorciadas e 6,5%, com homens
descasados. Já em 2012, os índices passaram para 8,9% e 12,3%, respectivamente. Além
do crescimento do recasamento, a pesquisa Estatísticas de Registro Civil,
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostrou
que os casais têm ficado menos tempo juntos. A quantidade de divórcios realizados
após cinco anos de casamento aumentou 48,8% em Minas no ano passado. Na
avaliação do instituto, a facilidade para divorciar na Justiça atualmente
possibilitou novas uniões legais. Esta pesquisa expressa o quão efêmeros têm
sido os relacionamentos e o quanto o conceito sobre o casamento tem perdido sua
verdadeira essência.
Fonte: Estado de Minas
Fonte: Estado de Minas
A clareza das Escrituras
Parece que a
forma mais eficiente de iniciar esta questão é simplesmente dar uma lista de
razões, baseadas em textos bíblicos, com motivos para eu crer que o Novo Testamento
proíbe todos os novos casamentos, exceto quando o cônjuge faleceu. Vejamos.
1) Lucas 16.18 nos diz que todo novo casamento após o divórcio é
adultério. Lá está escrito que qualquer que deixa sua mulher,
e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido,
adultera também.
2) Marcos 10.11-12 chama todo novo casamento após o
divórcio de adultério, seja o marido ou a esposa quem se divorcia.
3) Marcos 10.2-9 e Mateus 19.3-8 ensinam que Jesus rejeitou a
justificativa dos fariseus para divórcio em Deuteronômio 24.1 e reafirma o
propósito de Deus na Criação, de que nenhum ser humano separe o que Deus uniu:
ou seja, o casamento cristão É ETERNO!
4) Mateus 5.32 não ensina que o novo casamento é lícito em alguns casos.
Pelo contrário, reafirma que casamento pós-divórcio é adultério, mesmo para
aqueles que se divorciaram inocentemente, e que um homem que se divorcia de sua
esposa é culpado de adultério do segundo casamento dela, a não ser que ela já
tenha se tornado adúltera antes do divórcio.
5) 1 Coríntios 7.10-11 ensina que o divórcio é errado, porém se é
inevitável, a pessoa que se divorcia não deve casar-se novamente.
6) 1 Coríntios 7.39 e Romanos 7.1-3 ensinam que o novo casamento é
lícito somente depois da morte do cônjuge.
7) Mateus 19.10-12 ensina que uma graça cristã especial é dada por Deus
a discípulos que se sustentam na vida de solteiro, quando renunciam casar-se
novamente de acordo com a lei de Cristo.
8) 1 Coríntios 7.15 não quer dizer que, quando um cristão é abandonado
por um cônjuge incrédulo, ele está livre para casar-se novamente. Significa que
o cristão não está obrigado a lutar a fim de preservar a união. Separação é
permissível se o parceiro incrédulo insiste nisso.
9) 1 Coríntios 7.27-28 não ensina o direito das pessoas divorciadas a
casarem-se novamente. Ensina que virgens noivos devem seriamente considerar a
vida de solteiro, mas que eles não pecam se se casarem.
10) A cláusula de exceção de Mateus 19.9 não precisa implicar que o
divórcio em caso de adultério libera uma pessoa a casar-se novamente. Todo o
peso das evidências dadas pelo Novo Testamento nos nove pontos anteriores é
contra esta visão, e existem várias formas de fazer um bom julgamento deste
verso, de forma que ele não entre em conflito com o ensinamento geral do Novo
Testamento de que um novo casamento após o divórcio está proibido.
Enfim, vamos à dureza dos fatos
No Novo Testamento, a questão sobre o novo casamento pós-divórcio não é
determinada por:
1. A culpa ou inocência de qualquer cônjuge;
2. Nem se qualquer cônjuge é crente ou não;
3. Nem pelo caso do divórcio ter acontecido antes ou depois da conversão de
qualquer dos cônjuges;
4. Nem pela facilidade ou dificuldade de viver como solteiro pelo resto da
vida na Terra;
5. Nem se há adultério ou deserção envolvidos;
6. Nem pela realidade da dureza do coração humano;
7. Nem por permissividade cultural da sociedade em redor;
Pelo contrário, é determinado pelo fato de que:
1. Casamento é um relacionamento de “uma só carne” estabelecido por Deus e
de extraordinária significância aos olhos de Deus (Gênesis 2.24; Mateus 19.5;
Marcos 10.8);
2. Somente Deus, não o homem, pode terminar esta relação de “uma só carne”
(Mateus 19.6; Marcos 10.9 – isto é porque o novo casamento é chamado de
adultério por Jesus: ele assume que o primeiro casamento ainda está valendo,
Mateus 5.32; Lucas 16.18; Marcos 10.11);
3. Deus termina o relacionamento de “uma só carne” somente por meio da
morte de um dos cônjuges (Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.39);
4. A graça e o poder de Deus são prometidos e são suficientes para
capacitar um cristão divorciado e fiel a ser solteiro por toda sua vida
terrena, se necessário (Mateus 19.10-12,26; 1 Coríntios 10.13);
5. Frustrações temporárias e desvantagens são muito mais preferíveis que a
desobediência do novo casamento, e produzirá profunda e duradoura alegria tanto
nesta vida como na vida porvir.
Tentei resumir ao máximo, mas o
assunto é bem extenso. Para você que teve a paciência de ler até o final,
espero que tenha entendido que não exponho nenhuma opinião pessoal, mas busquei
base no que diz a Palavra de Deus. Você tem o todo o direito de discordar de
tudo o que foi exposto acima, mas para levantar qualquer questionamento, por
gentileza, apresente bases sólidas extraídas preferencialmente da mesma Fonte
onde extrai as minhas. Soli Deo gloria!
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