Que a internet e todas as suas possibilidades são uma excelente e versátil ferramenta para o alforje artístico em todos os segmentos é indiscutível. Com a popularização da rede mundial de computadores - do asfalto ao morro; do Oiapoque ao Xuí - quem quiser pode fazer quase tudo para expressar sua arte e isso não quer dizer especificamente que seja necessário ter talento. O site para postagem de vídeos You Tube é uma verdadeira seara. Assim, a cada piscadela, eis que surge mais uma celebridade instantânea bombando na rede com seus milhares de visualizações. São coisas de todo o tipo, de "todos os sexos" em busca do tão sonhado 15 minutinhos de fama (Oxalá fossem apenas 15 minutos mesmo!). Bombom na web, virou atração nos famigerados programas de auditório (Que saudade do Chacrinha, do Bolinha, do Flávio Cavalcanti... "Nossos comerciais, por favor!") que disputam audiência nas tardes dos finais de semana (Salve, salve a TV à cabo!).
A internet é terra fértil, tão fértil que em meio às boas plantações, nascem também as ervas daninhas, os abrolhos, os figos bravos. Por exemplo, o que dizer de algo como a tal de Anitta? Colheita da internet, essa moça surgiu como num passe de mágica e está sendo chamada de cantora. Cantora? Elis Regina deve se revirar no túmulo a cada vez que chamam essa garota de cantora. Aliás, quem foi o sem noção que conseguiu convencê-la a "cantar"? Se é que se pode chamar assim os grunhidos e gemidos que ela emite. E a pobre mal subiu em um picadeiro e já está com ares de diva. Além de acreditar ser uma cantora, Anitta também acredita mesmo ser poderosa. Arrogante e extremamente antipática, precisa urgentemente tomar umas lições de humildade e simpatia com Bioncé, essa sim, uma diva em essência e por excelência. Chamar Anitta de diva é um acinte às divas eternas para quem a pobre não serviria nem como tapete: Cher, Celine Dion, Madonna, Diana Ross, Annie Lennox, Barbra Straisand... Sim, pois já que é pra falar de divas, falemos logo da elite.
Enfim, temos de nos conformar com essa triste realidade. É o típico sintoma de uma patologia social crônica: se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.
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