Jesus nos orientou
a que examinássemos as Escrituras.O que significa “examinar”? Examinar consiste
em ponderar, observar ou analisar atentamente,
minuciosamente. Sob esse contexto examinar é a ação ou efeito de observar, de praticar com fidelidade
alguma coisa; execução, cumprimento do que prescreve uma regra, uma lei (=
observância). Infelizmente grande número de crentes desobedecem ao
Mestre em mais esse ponto, pois, nas pouquíssimas vezes em que pegam a Bíblia
para ler o fazem “dinamicamente”, sem se importarem com a importâncias dos
detalhes, das minúcias que podem interferir essencialmente na interpretação do
texto que estiverem lendo.
Quantas vezes já lemos ou ouvimos pregações sobre a famosa e célebre parábola
do semeador? Inúmeras, creio eu. Entretanto, quantas vezes paramos para fazer uma
análise mais criteriosa dessa passagem? Você já se perguntou como foi possível
que Jesus, sem poder contar com o suporte da tecnologia sonora, se fazer ouvir
por uma incontável multidão (sempre que a Bíblia define uma multidão, é porque
não seria possível enumerar precisamente o número de pessoas no evento), estando
dentro de um barquinho ao mar? “Foi o Espírito Santo” ou “foi milagre” dirão os
“espirituais”. Sim, digo eu, mas dadas as devidas proporções. É sobre isso que
trato nesse artigo.
Localizada a meio
caminho entre as cidades de Cafarnaum (Israel) e Taba (Egito), a Enseada do
Semeador, na costa norte do Mar da Galileia, foi o cenário dessa importantíssima
passagem bíblica.
Como consta em
Mateus 13:1-23, Marcos 4:1-20 e Lucas 8:4-15, Jesus reunia milhares de pessoas
à beira do Mar da Galileia. Uma vez, como a quantidade de fieis era
surpreendente (cerca de 7 mil), o Messias teve que entrar em um pequeno barco e
ir até certo ponto água adentro, afastando-se da praia. Do barco, tal tribuna
improvisada, falou à multidão ao redor, que ia da praia até a colina acima, bem
distante. Ali, além de outras histórias, ele contou a famosa Parábola do
Semeador, na qual fala das sementes que brotam conforme o solo em que caem,
como a Palavra de Deus se faz agir conforme a pessoa que a recebe.
Mas os céticos
perguntariam: como pôde um homem ficar em um barquinho no meio da água e falar
a uma multidão, fazendo-se ouvir muito bem por todos, em uma época em que a
rudimentar tecnologia ainda não permitia equipamentos de amplificação de som?
Em sua
inteligência, Jesus utilizou-se de um fenômeno acústico. A enseada na qual se
encontrava, em forma de ferradura, tinha o formato de um anfiteatro natural em
conjunto com a côncava colina à sua frente. O relevo arredondado da área
permite que o som da voz, mesmo dita da praia ou da água a um volume normal,
sem a pessoa gritar, seja ouvido lá em cima da colina, onde a concha acústica
natural termina.
Fenômeno
acústico
Em 1976, o
ilustre pesquisador norte-americano B. Cobbey Crisler publicou um artigo na
revista científica “Biblical Archaeologist” (Arqueólogo Bíblico) com a
comprovação técnica do fenômeno acústico. Seus estudos concluem que de 5 mil a
7 mil pessoas poderiam estar da beira d’água até o cimo do morro ouvindo
perfeitamente as palavras proferidas por alguém lá de baixo, em claro e bom
som. Os testes foram feitos em várias posições na área, com sucesso. Ou seja,
Jesus em sua infinita sabedoria, usou de técnica da engenharia sonora que
engenheiros de som só aprenderam nas fileiras acadêmicas como estratégia para
se fazer ouvir pela multidão à qual ministrava. Não tem nada a ver com
espiritualizar simplesmente. O Espírito Santo orientou a Jesus para que Ele
usasse essa estratégia natural que o beneficiou e o fez vencer com determinação
o desafio de que lhe cumpria de pregar as boas novas do Evangelho.
O fenômeno atrai turistas e fieis de várias regiões do
mundo. Hoje em dia, há ruídos da modernidade por perto, como automóveis,
aeronaves e mesmo o som natural de ventos fortes, que podem atrapalhar a
percepção do som. Mas, em dias mais calmos, quem falar perto da linha d’água
será ouvido com muita clareza por quem estiver em qualquer ponto do aclive da
colina em frente. Há até uma dica de alguns guias de turismo, em tom de brincadeira,
aos visitantes: para não terem nenhuma conversa que contenha confidências por
ali, pois muitos ouvirão, mesmo sem querer, seus segredos.
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