As questões referentes ao vestuário feminino sempre deram pano para mangas [trocadilho infame] no circuíto fashion gospel. O cumprimento das saias, o uso ou não das calças, vestidos com decote ou sem decote? Usar short é pecado? Tomara que caia? Já inventaram até um "anjo estilista", que fica nos "portais do céu" com uma fita métrica medindo o cumprimento das saias das irmãs (para alguns, as irmãs que usam calças nem nos portais chegaram). Este anjo, aliás, deve ser amigo do "anjo cabeleireiro, o tal responsável por medir e recolher os cabelos das irmãs lá no céu (Será recolher os cabelos significa raspá-los? Então as irmãs no céu entrarão carecas?). Uma coisa é, as vestes das irmãs sempre estiveram no olho do furacão dos legalistas de plantão. O assunto sempre desperta discussões acaloradas entre os evangélicos, e quase sempre, as doutrinas das igrejas – em especial as pentecostais – impõem restrições às frequentadoras em relação a decotes, comprimento de saias e vestidos, entre outros.
O pastor Silas Malafaia (ele é bom nisso) tratou do assunto em um artigo, e apresentou sua opinião a respeito de como a mulher deve se vestir: “As mulheres cristãs devem vestir-se com modéstia, moderação, decência, sobriedade, ou seja, com trajes decentes e honrados, evitando modismos indecentes que as desqualifiquem como servas de Deus. Elas devem evitar a ostentação, o exagero, a falta de compostura e a sensualidade. Esse é um princípio que transcende as culturas e o tempo, portanto permanece até os nossos dias”, escreveu o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, fazendo referência às recomendações de Paulo (Timóteo 2:9,10) e Pedro (1 Pedro 3:3,4).
No entanto, Malafaia tratou de desmistificar uma questão muito abordada quando se trata do vestuário feminino: “O modo de vestir-se tem a ver com questões socioculturais, mas não é uma condição para a salvação. Logo, não pode ser considerada doutrina bíblica. Costumes não são doutrinas. As mulher e os homem para os quais Moisés ensinou as regras na Torá vestiam-se com roupões, túnicas longas. O homem não usava terno, e a mulher não tinha vestidos como os que conhecemos hoje. A diferença da roupa do homem para a da mulher muitas vezes era apenas uma questão de tamanho, cor e ornamentos. (Atente para as vestimentas usadas no Oriente Médio ainda hoje.) Logo, hoje em dia, não são as calças compridas que caracterizam as vestes masculinas. Existem calças para homens, e calças bem femininas, para as mulheres”, afirmou, pontuando uma questão que gera polêmica ainda hoje em diversas denominações.
Segundo Malafaia, a questão da vestimenta abordada por Moisés no Velho Testamento pode ter ligação com o princípio contrário à homossexualidade: “É provável que, sabendo que o Senhor preza as diferenças entre o feminino e o masculino e o relacionamento heterossexual, mas que certas religiões pagãs antigas apregoavam o uso de roupas ‘unissex’ e o homossexualismo, Moisés, orientado por Deus, para combater tal influência cultural pecaminosa, tenha ordenado: ‘Não haverá trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; porque qualquer que faz isto abominação é ao Senhor, teu Deus’. Deuteronômio 22:5”, contextualizou o pastor. “Contudo, ainda na atualidade, há líderes religiosos que, desconsiderando as questões culturais nos textos do Antigo e do Novo Testamento, proíbem às mulheres o uso de brincos, de maquiagem, da calças compridas. Não estou condenando os pastores que são mais rígidos quanto aos costumes, apenas esclarecendo as diferentes interpretações de textos considerados básicos para a permissão ou a proibição de calças compridas, brincos e maquiagem”, observou o pastor, lembrando das questões que são peculiares às igrejas brasileiras.
Concordo integralmente com tudo o que disse o velho Malafa. Enquanto isso, muitas irmãs seguem cantando ♪ ♫ "E eu pergunto com que roupa, com que roupa eu vou / Com que roupa eu vou, ao culto que você me convidou." ♪ ♫
[Fonte: Verdade Gospel, G+]
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