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domingo, 1 de dezembro de 2013

No escurinho do cinema

Que o cinema é um excelente e delicioso entretenimento e uma forma de lazer que une arte e cultura de forma bem democrática é indiscutível.  Mas, apesar de a bilheteria movimentar perto de R$ 1,6 bilhão ao ano (mais de três vezes o faturamento de 2002), o Brasil é um país sem telas e milhões ainda não experimentaram como é ver um filme com a exclusividade do cinema.


Empurrada pelo aumento da renda das famílias e de 50 milhões que ascenderam à classe média (a chamada “nova classe C”), a plateia cresceu no país e as sessões estão esgotadas. No ano passado foram vendidos 149 milhões de ingressos, um crescimento considerável, de mais de 63% na última década. Apesar do sucesso da bilheteria, são milhares as cidades brasileiras que não contam com a diversão. O mercado da exibição vem crescendo a uma proporção de 10% ao ano, mas o avanço é concentrado nas regiões metropolitanas, onde há uma superoferta de salas, e nas cidades de médio porte. Até outubro eram 2.690 salas e a meta da Agência Nacional do Cinema (Ancine) é chegar a 2014, ultrapassando a marca das 3 mil salas de projeção, número que o país já alcançou na década de 1970. Mais de 50% das cidades de Minas têm até 10 mil habitantes, condição que as deixa longe da magia do cinema. Outras 186 cidades também estão excluídas porque têm até 20 mil habitantes e não têm fluxo de consumo para atrair um shopping center. Quase 90% desses empreendimentos trazem o cinema como atração e são grandes alavancas das salas de projeção. 

Em Minas, como no país, as salas estão concentradas na região metropolitana e em cidades acima de 100 mil habitantes. Dos 853 municípios do estado, apenas 30 estão dentro dessa estatística. Segundo dados da Ancine, no estado 122 cidades com população entre 20 mil e 100 mil habitantes são candidatas potenciais para receber uma sala de projeção. Mas até mesmo municípios com um número muito maior de habitantes, como Ribeirão das Neves, com 300 mil habitantes, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), carecem de salas de projeção. Em breve, Ribeirão das Neves vai ganhar seu primeiro shopping center. O empreendimento, voltado principalmente para atender a classe média, vai oferecer em sua estrutura quatro salas de cinema. E, convenhamos, as salas de cinemas em shoppings são sim excludentes, pois seu público alvo não são os pobres e sim os ricos (e/ou aqueles que fingem e os que pensam que são). Uma pena. Saudades profundas e lamentosas dos antigos cinemas no centro da cidade – Cine Palladium, Cine Roxy, Cine Brasil, dentre outros – excetuando-se os cines voltados especificamente para exibição de filmes pornográficos (os chamados “privês”), pois alguns desses ainda resistem firmes e fortes (alimentados pelo sempre grande e rotativo, entretanto, fiel público) nas zonas boêmias da grande Belo Horizonte.



[Fonte: EM e Filme B]

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