Amanhã, 1°. de dezembro, é o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS.
Infelizmente não há muito que se comemorar. O avanço no controle da doença
traça um panorama paradoxal. Se por um lado foi bom, pois os soropositivos têm uma melhor qualidade de vida, por
outro não é nada bom quando vemos que ainda falta muita informação e sobra
muita negligência por parte de indivíduos que fazem parte da população de
risco.
Após todo o alvoroço com a descoberta do
vírus HIV na década de 1980, quando o preconceito e a desinformação provocaram
perdas - dentre anônimos e personalidades artísticas - quase que inumeráveis em
todo o mundo, nas décadas seguintes a ciência não poupou esforços na tentativa
de descoberta da cura da AIDS.
Entretanto, há que salientar: a AIDS ainda é uma doença incurável. Com o
advento da doença nos anos 80, surgiu uma geração de temerosos e,
consequentemente, mais cuidadosos indivíduos. O uso da camisinha tornou-se
então mais popular e comum. Mas foi só passar o susto e logo veio uma nova
geração que não está lá muito preocupada com a prevenção. "Eu sou
de ninguém / Eu sou de todo mundo / E todo mundo me quer bem
/ Eu sou de ninguém / Eu sou de todo mundo / E todo mundo é meu
também...", diz o trecho da canção "Já Sei Namorar", dos
Tribalistas. A canção pode ser considerada uma espécie de hino dessa nova
geração, pois expressa muito bem o espírito promíscuo que move essa geração.
Assim o que se vê? Um número cada vez maior de adolescentes e jovens infectados
pelo vírus HIV.
Outra população que faz engrossar o triste ranking é a dos idosos. A chamada
"geração Viagra", com a descoberta das drogas que potencializam a sexualidade da turma da terceira
idade, "tios", "tias", "vovôs" e
"vovós", que já não eram lá muito fãs das camisinhas - "É como
chupar balas com papel.", dizem - partem para o abraço sem se preocuparem
muito com a prevenção.
Números
Dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo governo estadual
mostram queda no número de mortes por AIDS em
São Paulo no ano passado. Em 2011, foram 3.006 mortes, com taxa de 7,2 por 100
mil habitantes, e, no ano passado, 2.767 mortes, com taxa de 6,6 por 100 mil. Atualmente na
capital 84 mil notificações da doença. Somente em 2012, surgiram 2.202 casos,
dos quais 607 em mulheres. Há três casos de homem para um de mulher. Voltou a
história da epidemia concentrada em HSH [homens
que fazem sexo com homens]. Ou seja, a modalidade homossexual ainda é de alto
risco (embora hoje não se fale mais em grupos de risco) e requer investimentos
em campanhas de prevenção, principalmente no período que antecede o Carnaval
aqui no Brasil. Destaca-se, aliás, a importância do diagnóstico precoce para a
diminuição da mortalidade. Especialistas afirmam que quanto mais precoce [o
diagnóstico], menos doente a pessoa está e tem mais chance de reverter o quadro
de queda da imunidade.
Uma coisa é certa, é necessário que os pais e/ou responsáveis
informem, orientem e instruam suas crianças, adolescentes e jovens sobre a
prática de uma sexualidade saudável e responsável, esclarecendo sobre os
métodos de prevenção. Aqui vemos a necessidade de que todos nos entupamos de
informações. Para os crentes, dentro de seu contexto de fé e prática, o sexo
monogâmico, praticado após o casamento é o modelo ideal de sexo seguro. Para os
"não crentes" o negócio é "plastificar a boneca". Use
camisinha em qualquer ato sexual - inclusive o sexo oral - sem medo ser feliz.
Prevenção é sinônimo de responsabilidade.
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